terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

História de uma sobrevivente

Em Outubro de 2008 fiz ecografia e mamografia, resultado óptimo, estava a tratar de hpv grau 2, que tinha acusado no Papanicolau. Em Março o ginecologista diz agora está tudo bem, chega-se a Abril e eu começo a sentir um caroço com uma forma irregular, e não tinha qualquer dor. Maio e Junho com a menstruação, eu sentia que ele crescia, e só em Junho após o Sto. António, é que eu voltei ao medico e pedi para se repetir a eco e a mamo, no dia que fiz, a medica mandou logo marcar a biopsia, porque era mau.

Tinha 34 anos, casada, com uma filha de 7 anos e um menino com 19 meses. Fui de ferias com a minha família enquanto aguardava o resultado da biopsia. Ligaram-me. O resultado confirmava-se - era mau. Terminei as ferias e no dia 20-7 de manha estava com o meu marido a falar com ginecologista. Disse que eu tinha carcinoma ductal invasor, em linguagem do povo - cancro maligno.

Tinha que ser operada urgentemente, no dia seguinte estava a seroperada e depois fiz 4 sessões de quimioterapia, 25 sessões de rádio e hoje sai do hospital depois de ter feito braquioterapia, onde devo dizer que fui bem tratada por todos. Nunca pensei que iria morrer, sempre levei esta doença com um sorriso nos lábios, e com muita brincadeiras pelo meio, sempre pensei mais nos meus filhos do que em mim, não adianta lamentar - acontece a qualquer um.

Temos que viver o dia a dia, sempre na esperança que o amanhã vai ser melhor, se não tiverem filhos para se agarrarem a vida, basta olharem para o lado e vão ver que há quem esteja pior, e aí damos graças a Deus por estarmos vivos hoje. Para mim hoje estou feliz - começa uma nova etapa da minha vida, tentar voltar a minha rotina.

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