segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O cancro da mama é a doença que mais preocupa 70% das mulheres portuguesas



Em Outubro, mês de luta contra o cancro da mama, a Associação Laço e a GfK apresentam resultados de um estudo desenvolvido no âmbito desta temática. Este estudo demonstrou que 70% das mulheres portuguesas, quando questionadas sobre doenças, afirmam que o cancro da mama é a sua principal preocupação.

Este estudo foi desenvolvido junto de uma amostra representativa das mulheres residentes em Portugal Continental e procurou saber quais os comportamentos, sentimentos e informação de que dispunham as mulheres portuguesas sobre o cancro da mama. Estará a mulher portuguesa suficientemente informada sobre esta doença? Terá os comportamentos correctos no que se refere à prevenção? Quais os sentimentos e os preconceitos sobre o cancro da mama? Estas são algumas das questões às quais a Associação Laço procurou obter respostas.

O estudo revelou que 70% das mulheres portuguesas quando questionadas sobre a doença colocam o cancro da mama como a sua principal preocupação. Revelou ainda que 43% das mulheres em Portugal afirmaram ter algum familiar ou amiga a quem foi diagnosticado cancro da mama.

69% das mulheres portuguesas acreditam que a detecção precoce pode salvar a vida e por essa razão a prevenção secundária e o diagnóstico é uma das suas principais preocupações. O estudo revelou que cerca de 2/3 das mulheres já realizaram exames de diagnóstico, tendo sido cerca de 38% por uma questão de prevenção. No que se refere aos exames de diagnóstico, 90% das mulheres portuguesas reconhecem a mamografia como o exame de diagnóstico através do qual habitualmente se detecta o cancro da mama. Apesar deste número, infelizmente 12% das mulheres vê a auto-palpação como suficiente para detectar qualquer alteração na mama. Lynne Archibald, presidente da Associação Laço, refere como é importante conhecer o corpo e estar atenta a qualquer alteração, não tendo de seguir as regras do auto-exame que hoje já é um conceito ultrapassado e que não é sinónimo de detecção precoce. “A partir dos 45 anos, é fundamental realizar a mamografia de 2 em 2 anos, dando preferência à sua realização através de um Programa de Rastreio organizado”, afirma. E efectivamente este estudo revelou que cerca de 49% das mulheres portuguesas consideram que a mamografia deverá ser realizada a partir dos 45 anos e 46% referem que deverá ter uma frequência de 2 anos.
Um dado preocupante é o facto de ainda existirem 24% das mulheres que acredita que o cancro da mama é na maioria das vezes hereditário. E este é um dos mitos existentes, na medida em que, só 5 a 10% dos casos existentes a nível mundial, resultam do factor hereditariedade. Por isso as mulheres sem história familiar precisam de estar igualmente atentas ao seu corpo.

Quando questionadas sobre o Programa de Rastreio de Cancro da Mama, 30% das mulheres portuguesas, refere ter conhecimento da existência deste programa de rastreio organizado na sua zona de residência, e 86% das mulheres com mais de 45 anos foram informadas sobre a possibilidade de participar neste programa, tendo 70% optado por participar.
No entanto, uma percentagem expressiva de mulheres (34%) refere a não existência de um programa de rastreio na sua zona e 35% não têm conhecimento sobre o mesmo, facto que preocupa bastante Lynne Archibald em resultado da importância que este Programa de Rastreio de Cancro da Mama têm na detecção precoce. “É fundamental informar as mulheres portuguesas dos locais onde já decorrem os Programas de Rastreio e da fiabilidade dos exames realizados no âmbito deste programa. Esta tem sido sem dúvida um dos projectos apoiados pela Associação Laço que desde 2000 já adquiriu sete unidades móveis possibilitando assim a participação de cada vez mais mulheres neste programa”, revela.

Este estudo veio demonstrar que a mulher portuguesa está informada sobre a doença apesar de ainda existirem alguns mitos que é importante desmistificar. A Laço acredita que uma mulher mais informada é essencial para o sucesso na luta contra o cancro da mama em Portugal.

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